15 de fevereiro de 2018

PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

Em 1968, em plena ditadura militar, o Globo promovia o festival da canção no Maracanãzinho, e a música de Vandré “Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores” atacava frontalmente os militares. O Globo (que apoiava ostensivamente a ditadura) se viu numa “saia justa” e encontrou na entrega do título à Chico Buarque e Tom Jobim de “Sabiá” a saída para o impasse. Foi vaiado por 10 minutos por todo Maracanãzinho. Agora, algo semelhante ocorre na escolha da vencedora do carnaval. Beija Flor faz críticas gerais (válidas), mas não aponta o responsável (o governo golpista). Paraíso Tuiuti ataca frontalmente o vampiro Temer e as marionetes do pato amarelo (paneleiros de verde amarelo e a Fiesp). E na Comissão de Frente a mais revolucionária das denúncias: a escravidão não acabou. Pronto. Ganhou o público e o carnaval. Beija Flor por sua tradição foi a saída política para o Globo reduzir o impacto da Tuiuti. Será?