Emociona a leitura revolucionária
sobre a igreja da freira, Maria Valéria Rezende, que acaba de lançar o livro
“Outros Cantos”. Na ditadura, anos 70, instalou-se num isolado povoado
sertanejo de Pernambuco. Aos 73 anos tornou-se uma conhecedora profunda dos
excluídos. Seguidora de Paulo Freire dedicou-se à educação popular. O
interessante é o combate ao conformismo fazendo parte da igreja. Diz ela: “o
discurso conformista sobre pobreza, não é só da igreja, vem do período colonial
e da sociedade injusta que usa e se serve desse discurso para a exploração.
Igreja é um termo muito amplo. Havia bispos a favor e contra a ditadura. A
igreja acolheu muitos que não tinham fé. Combatia a leitura religiosa do
conformismo e da acomodação. A bíblia é contrária a essa pregação
fundamentalista desvinculada da realidade histórica e social”.